No atual mercado de trabalho competitivo em Portugal, destacar-se entre centenas de candidatos pode parecer uma tarefa extremamente desafiante. A procura de emprego não implica apenas ter as competências e experiência necessárias, mas também saber como apresentá-las de forma eficaz e como atuar de forma otimizada durante o processo de seleção, comentam especialistas em Recursos Humanos.
É essencial que os candidatos a um emprego se preparem com antecedência, pesquisem sobre a empresa a que se candidatam e ajustem o seu currículo e carta de apresentação para os alinhar com as necessidades específicas do empregador.
Além disso, dominar técnicas de entrevista, como uma linguagem corporal adequada e a capacidade de responder a perguntas difíceis com confiança, pode fazer toda a diferença. Hoje em dia, é também essencial estar atualizado em relação às tendências digitais e profissionais, pois muitas empresas procuram candidatos com competências em ferramentas tecnológicas e plataformas online.
A perseverança e a capacidade de aprender com cada experiência são fundamentais para aumentar as possibilidades de sucesso num mercado de trabalho tão dinâmico e exigente.
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E acrescentam, quando questionados: “Um currículo bem estruturado e uma entrevista bem-sucedida são cruciais para captar a atenção dos recrutadores e garantir um lugar na empresa a que se pretende ingressar. Conseguir isso não é questão de sorte, mas de preparação estratégica e de uma compreensão clara do que as empresas realmente procuram nos seus futuros colaboradores.
O currículo deve ser claro, direto e destacar as competências e experiências mais relevantes para o cargo em questão. Igualmente, a entrevista é o momento-chave para demonstrar não só competências técnicas, mas também atitudes e valores alinhados com a cultura da empresa. Preparar-se a fundo, pesquisando sobre a empresa e praticando respostas a possíveis perguntas, pode fazer a diferença entre ser considerado um candidato ideal ou ser ignorado no processo de seleção. As empresas valorizam aqueles que demonstram iniciativa, capacidade de adaptação e uma mentalidade voltada para o crescimento, aspetos que podem ser destacados tanto no currículo como na entrevista.
Alertam ainda que “elaborar um currículo que prenda a atenção dos empregadores é um processo complexo. Não se trata apenas de listar empregos anteriores e competências, mas de comunicar de forma clara e concisa os sucessos e capacidades, adaptando-se aos requisitos específicos do cargo em questão.
Num mercado de trabalho saturado, onde cada detalhe conta, um currículo bem elaborado pode ser a diferença entre conseguir uma entrevista ou ser descartado. É importante que o candidato destaque os seus sucessos mais relevantes e quantificáveis, mostrando como as suas contribuições impactaram positivamente os empregos anteriores.
A personalização do currículo de acordo com a vaga é fundamental: destacar as competências que correspondem ao que o empregador procura demonstra que o candidato pesquisou e compreende as necessidades da empresa.
Além disso, o uso de palavras-chave relacionadas com o setor pode ajudar o currículo a passar pelos filtros de software automatizado que muitas empresas utilizam nos processos de seleção. Assim, um currículo eficaz não só atrai a atenção, como também reflete o valor que o candidato pode acrescentar à equipa. As fontes consultadas por este meio também sublinham que “o desempenho na entrevista é crucial.
É a oportunidade de demonstrar pessoalmente o que está indicado no currículo. Nesse momento, a preparação, confiança e habilidades de comunicação desempenham um papel vital. Preparar-se para uma entrevista implica não só conhecer bem o próprio currículo, mas também pesquisar a fundo sobre a empresa, a sua cultura organizacional e os requisitos específicos do cargo.
É fundamental praticar respostas a perguntas comuns de entrevistas e estar preparado para responder a perguntas inesperadas com calma e clareza. A confiança é essencial, mas deve ser suportada por uma preparação sólida. As habilidades de comunicação são igualmente importantes, pois não se avaliam apenas as respostas, mas também a forma como se expressam as ideias, a capacidade de escuta ativa e de interação profissional.
Além disso, é importante demonstrar empatia, flexibilidade e vontade de aprender, o que reforça a imagem de um candidato adaptável e valioso para a empresa.
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Uma entrevista bem-sucedida pode consolidar a perceção positiva criada pelo currículo e ser o passo decisivo para garantir o emprego.
Ver mais conteúdo relacionado: O que esperar no processo de seleção para operador de loja e assistente de reposição em supermercados Como preparar o teu currículo para vagas de operador de caixa e repositor em supermercados. Para aprofundar mais estas ideias, a Infobae conversou com especialistas em Recursos Humanos, que explicaram como deve ser um currículo, o que se deve fazer numa entrevista, o que não se deve fazer e quais são os aspetos fundamentais a ter em conta para obter emprego em Portugal.
Segundo os especialistas, um currículo eficaz deve ser claro e conciso, com um formato limpo e organizado que permita aos recrutadores encontrarem rapidamente a informação relevante. É importante personalizar o conteúdo do currículo conforme o cargo, destacando as competências e sucessos que se alinham com as necessidades do empregador.
Em relação à entrevista, a preparação prévia é crucial: pesquisar sobre a empresa e praticar respostas a perguntas comuns pode fazer uma grande diferença. Evitar respostas genéricas ou improvisadas é fundamental; os entrevistadores valorizam candidatos que demonstram interesse genuíno e conhecimento específico do cargo.
Também se recomenda prestar atenção à linguagem corporal e à atitude durante a entrevista, pois a comunicação não verbal pode impactar significativamente a impressão deixada. Os especialistas enfatizam que em Portugal, onde a concorrência laboral é elevada, demonstrar competências interpessoais e uma atitude proativa pode ser o fator decisivo para obter o emprego.
O currículo perfeito:
A primeira impressão que uma empresa tem de um candidato é o currículo, e há muitos aspetos a considerar na sua elaboração. Valeria Calónico, diretora de Operações do ManpowerGroup Portugal, aconselha a não ter um único currículo, mas sim adaptá-lo a cada candidatura específica.
Por exemplo, se um candidato tiver um perfil misto entre comercial e técnico, deve destacar as experiências profissionais que se relacionem mais com o papel comercial, caso essa seja a função a que se candidata. Esta estratégia de personalização permite ao recrutador ver rapidamente as competências e sucessos mais relevantes para o cargo, aumentando as possibilidades de ser selecionado para uma entrevista. Além disso, Calónico sublinha a importância de incluir palavras-chave relacionadas com a descrição da vaga, uma vez que muitas empresas utilizam software de acompanhamento de candidatos que filtram os currículos com base nestes termos.
Também é recomendável manter um formato claro e profissional, evitando o uso de jargões ou detalhes desnecessários que possam distrair o leitor. Em resumo, um currículo bem adaptado não só destaca as competências do candidato, como também demonstra a sua proatividade e empenho no processo de seleção, características que são muito valorizadas no competitivo mercado de trabalho em Portugal.
Também recomenda incluir um contacto, como número de telefone ou email, das empresas onde trabalhou anteriormente. “Para quem procura o primeiro emprego ou uma mudança de área, é importante destacar cursos de formação, voluntariado, interesses e estágios, pois estas experiências podem ajudar os entrevistadores a entender melhor as capacidades do candidato”, acrescentou a especialista.
Além disso, recomendou evitar falar sobre o salário na primeira entrevista, concentrando-se, em vez disso, em aspetos como a cultura da empresa, o modelo de trabalho, o ambiente laboral e os objetivos da área para a qual se candidata. Perguntar a quem será o superior direto e como a empresa promove o desenvolvimento interno são também questões pertinentes.
Pouca oferta laboral:
No primeiro trimestre de 2024, a taxa de desemprego em Portugal foi de 7,7% da oferta laboral, um valor superior ao do mesmo período do ano anterior (0,8 pontos percentuais acima), mas inferior ao que se esperava.
Para os especialistas, o índice de desemprego não foi mais alto devido ao chamado “efeito desânimo”, um fenómeno que ocorre quando pessoas que procuram ativamente trabalho acabam por desistir dessa busca. Este efeito leva muitos a acreditarem que não conseguirão encontrar emprego, seja pela escassez de oportunidades no mercado, pela falta de qualificações ou até pela própria saturação dos setores onde tentam encontrar vagas. Quando esses indivíduos deixam de procurar trabalho, passam a não ser contabilizados como “desempregados” nas estatísticas, o que leva a uma representação parcial da realidade laboral.
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No entanto, os especialistas mostram-se otimistas quanto ao futuro. “Esperamos que haja mais estabilidade com a aprovação de novas políticas económicas. Nesse contexto, é provável que haja uma reativação e que as empresas voltem a contratar mais pessoal”, antecipa. Calónico também afirma que o cenário pode melhorar nos próximos tempos. “Nós, como outras empresas, estamos na expectativa de uma recuperação económica. A nossa pesquisa de expectativas de emprego, realizada trimestralmente, indica uma recuperação ligeira. Esperamos que a situação comece a melhorar nos próximos meses”, declarou.